A insuficiência cardíaca afecta cerca de 15 milhões de pessoas na Europa e mais de 260 mil em Portugal.

Em que consiste?

Consiste na incapacidade de o coração bombear o sangue necessário ao adequado funcionamento do organismo, sobretudo por diminuição da função de bomba do coração, mesmo que o número de batimentos seja normal.

O que a provoca?

Resulta da evolução da maioria das doenças cardíacas. Salientam- -se: as miocardiopatias (doenças do músculo do coração, o miocárdio), frequentemente hereditárias (como a miocardiopatia dilatada, conhecida pelos doentes como "o coração maior que a caixa", em que o coração está dilatado e fraco); a doença coronária (que pode cursar com enfarte do miocárdio, em que a área destruída deixa de contribuir para a função de bomba); as doenças valvulares; e a hipertensão arterial, que é essencial controlar precocemente.

Como se manifesta?

Os sintomas e sinais mais frequentes são o cansaço e a falta de ar precipitados por pequenos esforços ou pelo deitar com a cabeça baixa, e o edema (ou inchaço), sobretudo dos membros inferiores. Sendo estes sintomas inespecíficos (podem aparecer noutras doenças, como a anemia, doenças pulmonares, renais, da tiróide, varizes, depressão, etc.), é fundamental a avaliação médica e alguns exames, como o electrocardiograma, o ecocardiograma e certas análises, entre outros.

Como se trata?

Em alguns doentes, a causa da insuficiência cardíaca é evitável e reversível (é o caso do consumo excessivo de álcool). Contudo, na maioria dos casos, é uma doença crónica, que obriga a medicação diária e por vezes a pacemakers especiais ou outras intervenções, e que exige cuidados e uma vigilância médica regular.

É fundamental que cada doente esteja devidamente informado, tenha confiança no seu médico e esteja com ele empenhado no seu plano de tratamento, para dar mais e melhores anos de vida ao seu coração!

Dra. Marisa Peres